VIAGEM AO PODER

Friday, November 08, 2013

Tarrafal, no património da resistência

Lendo o artigo de António Valdemar, “Tarrafal, no património da resistência” - Publico, Sex 8-11-13, pg 57; veio-me à memória, já que de “memórias” se fala, alguns pequenos factos (recentes ou não), de “vidinhas” como costumam ser consideradas por tantos e tantos “Iluminados”, as vidas de tantos cidadãos, que para eles, mesmo 2 MILHÔES valem menos que 18 (dezoito) iluminados, ou devo dizer especialistas, ou sobre-dotados, ou “cristianos ronaldos grisalhos”(?).
O primeiro iluminado que me veio à “tona”, não foi um certo putativo “Dr.”, que afinal nem tinha pago as propinas devidas, mas, um director de Jornal que tentou explicar-nos devagarinho, porque é que tínhamos de empobrecer, para refazer as contas do “Estado”. São mesmo uma “ceita” à parte. E porque é que me lembrei dele e dalgumas façanhas, “certas escutas noticiadas entre um (des)Governo e um certo apreciador de Bolo Rei”? É que entre este e os defensores do regime que construíram os citados campos de morte a que Portugal está ligado, e os actuais iluminados que nos (des)governam não vai assim tanta diferença. Tenho para mim que a maior diferença está apenas no calendário. Eles querem todos tão somente o nosso bem-estar. Nada mais. E por isso temos que recorrer à “memória” e a algumas das nossas memórias, para nos reequilibramos.
Deve ter sido por isso que recuei instintivamente a fins de 1973/1974. Eu, apenas um imberbe “inocente”, que nem sabia muito bem o que significava “liberdade, “democracia”, “independência”, “regime”, ... já tinha contacto com o medo do “saber”, e só compreendi mais tarde o que é perseguição politica. Isto fica na memória. Por isso recomendo que leiam o artigo citado e que meditem!
Lembrei-me doutra memória recente. Ou melhor, das lágrimas e do texto que escrevi na hora, para enviar ao Papa Francisco. Enviei por mail* para o Vaticano mas não sei se o deixaram ler. Acredito que não, pois Ele é chamado a ajudar em tudo e não poderá certamente atender a tantas “urgências”, pelo menos em tempo útil. É que eu até simpatizo com a sua postura e reconfortou-me “a alma” saber que ainda há Homens de Bem. Este Papa vem dando à estrutura da Igreja, recomendações sobre aquilo que há muito deveriam ter deixado de fazer. Parece que a mensagem lhes está a chegar com dificuldade. É pena, pois acho que Francisco merece bem mais que alguns dos seus antecessores. Mas isso é outra “historia”.
O que mais recordei deste meu divagar, foram as lágrimas de Francisco e as minhas ao ver o tamanho do “cemitério”, em que foi transformado o Mediterrâneo mesmo às portas de Lampedusa. A “humanidade” só pode envergonhar-se por descer tão baixo na protecção dos poderosos. Sim, “poderosos”. Porque enfiar naqueles “comboios” de barcos, tal como o fizeram em tempos (outros “poderosos” que a história procura esquecer), só podem ser igualmente poderosos. E sem “alma”, tal como os outros o eram. O “demónio” voltou a tomar conta dos nossos tempos. Chorei e ainda choro de vergonha!
Pelo andar da carruagem, a actualidade vai tornar-se para nós Portugueses “de má memória”! Sinto o mesmo medo que senti em 1973/1974.


* Isto passou-se antes da noticia dum certo Bispo vaidoso



Gito

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